domingo, maio 11, 2014

Andamos a contribuir para o porquinho deles...

Ajudas a Portugal e Grécia foram resgates aos bancos alemães Isabel Arriaga e Cunha (Bruxelas) in Público 11/05/2014 - 08:10
Já o tinha dito e afirmado logo no início da crise. O resgate foi uma transferência indireta para os cofres de bancos alemães e franceses. Agora vem alguém comprovar isso.
Não era difícil chegar a essa conclusão. Tudo o indicava.
Mas para além de percebermos que desde o início esta crise não foi culpa dos portugueses, mais importante, neste momento, é denunciar a fraude que é o sucesso do programa de ajustamento. É uma irresponsabilidade que roça a traição festejar este programa.
Diz Philippe Legrain ao Jornal Público:

"[...] a troika (de credores da zona euro e FMI) que desempenhou um papel quase colonial, imperial, e sem qualquer controlo democrático, não agiu no interesse europeu mas, de facto, no interesse dos credores de Portugal. E pior que tudo, impondo as políticas erradas. Já é mau demais ter-se um patrão imperial porque não tem base democrática, mas é pior ainda quando este patrão lhe impõe o caminho errado. Isso tornou-se claro quando em vez de enfrentarem os problemas do sector bancário, a Europa entrou numa corrida à austeridade colectiva que provocou recessões desnecessariamente longas e tão severas que agravaram a situação das finanças públicas. Foi claramente o que aconteceu em Portugal. As pessoas elogiam muito o sucesso do programa português, mas basta olhar para as previsões iniciais para a dívida pública e ver a situação da dívida agora para se perceber que não é, de modo algum, um programa bem sucedido. Portugal está mais endividado que antes por causa do programa, e a dívida privada não caiu. Portugal está mesmo em pior estado do que estava no início do programa."

Philippe Legrain, ex-conselheiro do actual presidente da Comissão Europeia


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